“PARAGEM”, do artista plástico SHOT B

Inaugura-se a 13 de Setembro, pelas 18 horas, na Galeria Kulungwana, sita na Estação Central dos CFM , a  exposição individual “PARAGEM”, do artista plástico SHOT B.  Esta exposição tem o seu término em 12 de Outubro próximo.

SHOT B, 35 anos, artista multifacetado, dividindo os seus interesses e actividade pela arte urbana, vídeo, fotografia, moda, caricatura, banda desenhada, a que se junta ainda uma faceta de entretenimento, como MC e Rapper.

A sua profunda originalidade vem da sua postura irreverente, dedicando-se a uma arte  que, em muitos grupos sociais, foi|é encarada como uma cultura urbana marginal, que no nosso país é ainda pouco praticada, pouco valorizada e sem muitos seguidores.

“Comecei a entrar neste novo ritmo e colorido em 1990 influenciado pela cultura hip-hop, onde fascinado pelo fantástico do som e composição poética, tive a noção ou “um flash” de grafitti que acompanha como um dos elementos. Já pintava nessa altura, influenciado pelo meu pai, mas foi em 1996 que decidi que a linha que me interessava seguir no mundo das artes plásticas era o “grafitti art”.

Com uma presença regular em exposições, realizou a sua primeira individual em 2006, sendo a primeira exposição de graffiti realizada no país.

Esta exposição, a ser inaugurada em 13 de Setembro próximo, na Galeria Kulungwana, permite revisitar a produção do artista e dar ao público a possibilidade de entrar em contacto com esta arte urbana.

O graffiti (em português: grafito ou grafite) é conhecido desde a antiguidade, mas o seu desenvolvimento mais recente, no dobrar dos séculos XIX|XX, teve a sua origem nos Estados Unidos da América.

No início dos anos 70, naquele país, os jovens adolescentes, davam os primeiros passos para a afirmação de uma nova cultura urbana, com diversas áreas complementares entre o hip hop, b-boxing, break dance, a crítica social, dando assim origem a um novo movimento underground, fugindo à polícia para deixar a sua assinatura em comboios e paredes, e adquirindo assim a visibilidade que as suas origens nunca lhes permitiriam ter de outra forma. Daquela maneira reclamavam o espaço público que era reservado aos publicitários como seu, dos habitantes da cidade que tinham assim um espaço onde ter uma voz, onde tomavam o poder que habitualmente era exclusivo de privilegiados e universitários. 

Dos anos 80 até ao famoso e sempre polémico Bansky, nosso contemporâneo, esta arte que sempre esteve associada ao movimento, à circulação de ideias, cresceu, desenvolveu-se e proliferou por todo o planeta ganhando reconhecimento artístico e notoriedade e criando novas formas como os murais de Vhils ou os relevos em junk “grafitada” de Bordalo.